A moda (indevida) pegou... Fala-se do vício de usar a palavra “mesmo” como se fosse pronome substantivo. A mania de usar “o(s) mesmo(s), a(s) mesma(s)” para substituir algum substantivo citado.
Refere-se a frases do tipo:
1. “Os diretores se reuniram hoje pela manhã e os mesmos decidiram rejeitar a nossa proposta”;
2. “Eram duas metralhadoras e as mesmas foram deixadas no porta-malas”;
3. “O réu foi até a vítima e falou com a mesma”;
4. “Leu o relatório e tirou várias conclusões do mesmo”;
5. “O advogado procurou o morador e ofereceu ao mesmo seus serviços”.
Para evitar esse modismo, há boas soluções muito simples:
a) simplesmente eliminá-lo:
“Os diretores se reuniram hoje pela manhã e decidiram rejeitar a nossa proposta”;
b) substituí-lo por uma palavra ou expressão equivalente:
“Eram duas metralhadoras. As armas foram deixadas no porta-malas”;
c) substituí-lo por pronome pessoal, possessivo ou demonstrativo:
“O réu foi até a vítima e falou com ela”;
“Leu o relatório e tirou dele várias conclusões”;
“O advogado procurou o morador e ofereceu-lhe seus serviços”.
É importante lembrar que existem situações em que o uso de “mesmo” é correto:
1ª) Como reforço após substantivos ou pronomes pessoais. Nesse caso, é possível substituí-lo por “próprio”:
“Eu mesmo (próprio) fiz o trabalho”;
“Ela mesma (própria) escolheu a data do casamento”;
“Elas feriram a si mesmas (próprias)”;
“Os professores mesmos (próprios) prepararam a festa junina”;
2ª) Como advérbio, equivalente a “de fato, realmente”:
“Eles não virão mesmo (realmente) à reunião”;
“Ele falou mesmo (de fato) sobre o assunto”;
3ª) Substantivado no singular, precedido do artigo definido, equivalente a “mesma coisa”:
“Acatar não é o mesmo que acolher”.
Em resumo: o “mesmo” que se deve evitar é aquele que substitui, é aquele que faz papel de pronome substantivo.
Em quase todos os edifícios de Brasília, se encontra uma “viciada” plaquinha na porta dos elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado no andar”.
Isso significa que se for “outro”, se não for “o mesmo”, não devo entrar? É claro que não é essa a interpretação devida.
Isso só comprova que o uso de “mesmo” como pronome prejudica a clareza e a elegância da frase.
Basta fazer uma inversão e eliminar o pronome: “Antes de entrar, verifique se o elevador está parado no andar”.
Isso é uma verdade, uai...
Abraços
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