sexta-feira, 4 de maio de 2012

Formação dos tempos compostos


Os tempos verbais compostos são formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no particípio.

01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente.
Emprega-se para:
a) exprimir repetição:
Os jogadores têm errado muito.
b) indicar algo que se desenvolve até o momento da fala:
Temos superado os obstáculos.

02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido.
Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.
O meu desejo é que todos nós nos tenhamos esforçado, para a empresa crescer.

03) Pretérito Mais que perfeito Composto do Indicativo
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais que perfeito do Indicativo simples.
Antes de fazer a correção, ele tinha realizado ampla análise do problema.

04) Pretérito Mais que perfeito Composto do Subjuntivo
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.
Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não estivesse trabalhando tanto.
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

05) Futuro do Presente Composto do Indicativo
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo.
Emprega-se o futuro do presente do indicativo composto para:
a) exprimir fato ocorrido antes de outro (ambos no futuro):
Eles já terão saído quando vocês chegarem.
b) indicar a hipótese de algo já ter acontecido:
Já terão chegado?

06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal no particípio. Emprega-se para:
a) indicar fato passado que aconteceria mediante condição:
Se você realmente estudasse a lição, teria alcançado a aprovação.
b) expressar dúvida em relação ao passado:
Teria tido ele uma ideia melhor?
c) exprimir hipótese, algo que deveria ter acontecido (correlaciona-se com o pretérito mais que perfeito do subjuntivo):
Se ele tivesse feito isso, teríamos ficado mais felizes.

07) Futuro Composto do Subjuntivo
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.
Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.


Um abraço

Locução verbal ou duas orações?


Analisando as provas já aplicadas pela banca AOCP (organizadora do concurso para o Quadro Geral de Tocantins), verifiquei ser uma constante a cobrança dessa diferença. Então, aos interessados, seguem algumas linhas. Existem três tipos de locução verbal:

1) Quando os verbos expressam uma ação mais complexa, em que o sentido de ambos está presente; neste caso, normalmente o verbo auxiliar muda de regência e aparece uma preposição entre eles. Veja uma pequena lista com os principais verbos auxiliares que formam tais locuções com verbo principais:
Acabar de: Maria acabou de sair
Atrever-se a: Não te atrevas a dizer isso.
Chegar a: Não Cheguemos a cantar essas árias.
Começar a: Começou a nevar faz pouco.
Continuar a: Continuo a pensar em provas.
Deixar de: Não deixe de agradar o chefe.
Haver de: Hei de ser aprovado em concurso este ano!
Parar de: pare de falar mentiras!
Pôr-se a: Maria pôs-se a chorar.
Ter de: Tenho de encontrar uma solução.
Tornar a: Tornamos a cantar Caetano.

2) Quando os verbos formam tempos compostos, normalmente com os auxiliares “ter” e “haver”. Nesse caso, o verbo auxiliar não tem seu sentido próprio, ele apenas modifica o tempo do verbo principal.

3) Quando o sentido do verbo principal é relativizado com o uso de verbos modais como auxiliares: eu posso sair, ele deve conseguir, nós queremos ganhar, ele tentou falar, eu parecia estar bem.

Para diferenciar uma locução verbal de um enunciado com duas orações distintas, geralmente, uso da seguinte estratégia: uma combinação de formas verbais só pode ser uma locução, ou seja, equivaler a uma só oração, se as funções sintáticas referentes a essas formas verbais forem únicas; isto é, só se considera locução se o sujeito das duas ou mais formas verbais  for obrigatoriamente o mesmo. Por exemplo, em “Ele tentou falar”, eu não posso ter um sujeito pra “tentou” e outro pra “falar”, portanto é locução. Já em “Ele saiu para passear”, eu posso mudar o sujeito da segunda forma, e a frase poderia ser, por exemplo, “Ele saiu para o cachorro passear”.  Caso possam ser sujeitos diferentes (mesmo que na frase em questão seja o mesmo), não é locução verbal. É por isso que não considero locução verbal a construção causativa como “Mandei arrumar a sala”. O sujeito de “mandei” é eu, mas o sujeito de arrumar pode ser qualquer outra pessoa (mandei meu filho arrumar a sala). É um teste fácil e, pra mim, faz todo o sentido, já que, se a oração é uma só, o sujeito só pode ser um, também.

Outra marca importante da locução verbal é que só o primeiro verbo auxiliar é conjugado. A norma-padrão não aceita frases como “Acabamos de ouvirmos” ou “Se vocês puderem chegarem mais cedo será melhor”. Só se conjuga o primeiro. Então, se a frase tiver os dois verbos conjugados, não é locução: “Deixei que fizessem o trabalho por mim”, “Aceitei as provas não serem corrigidas a caneta” etc. Veja que aqui vale também o teste do sujeito diferente. 

Um abraço